O Banco Central do Brasil (BC) destacou, em ata da reunião de política monetária realizada em 18 e 19 de março, que o ciclo de aumento dos juros ainda não acabou em decorrência do cenário inflacionário desfavorável.
Os diretores do BC apontam que os preços dos alimentos no país seguem elevados e podem pressionar outros setores, enquanto a inflação de serviços acelerou nas últimas leituras. Além disso, o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a taxa de juros (Selic) em um ponto percentual, para 14,25%, na semana passada, e sinalizou que o próximo ajuste será menor.
No documento, o Comitê destacou que, devido às defasagens inerentes ao atual ciclo monetário, é adequado comunicar que o próximo movimento terá magnitude reduzida. No entanto, diante da elevada incerteza, optou-se por indicar apenas a direção do próximo passo, sem definir claramente o que será feito.
É importante lembrar que o BC já aumentou os juros em 3,75 pontos percentuais desde setembro do ano passado, em meio a uma inflação persistemente alta na maior economia da América Latina. Fatores como eventos climáticos extremos e volatilidade do real têm pressionado o custo de vida.
Atualmente, há sinais iniciais de desaceleração da atividade econômica, mas os gastos públicos e o baixo desemprego sustentam a demanda. Aguarda-se que o Copom reduza o ritmo de aumentos dos juros nos próximos passos.