Nesta quinta-feira (5), o bitcoin atingiu a marca histórica de US$ 100 mil (cerca de R$ 604 mil), um marco sem precedentes no mercado de criptomoedas. A disparada no valor ocorreu após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em novembro, e seu apoio declarado ao setor.
O que parecia improvável há 16 anos, quando o bitcoin foi criado, agora se torna realidade. A comunidade cripto está em festa, vendo na vitória de Trump e sua postura favorável às criptomoedas uma oportunidade para fortalecer o setor e ampliar sua credibilidade.
A relação de Trump com o bitcoin
Trump, que durante seu primeiro mandato (2017-2021) classificou as criptomoedas como “fraude”, mudou sua visão ao longo da campanha de 2024, financiada em parte por grupos ligados ao setor. Agora, o republicano promete transformar os Estados Unidos na “capital mundial do bitcoin”.
Entre as medidas anunciadas está a futura nomeação de Paul Atkins, advogado republicano e defensor das criptomoedas, para comandar a SEC (Securities and Exchange Commission). Atkins, crítico da postura rígida da comissão contra ativos digitais, promete adotar uma regulamentação mais flexível e alinhada ao desenvolvimento tecnológico do setor.
A escalada do bitcoin
Desde a eleição americana em 5 de novembro, o bitcoin subiu quase 50%, saindo de US$ 69 mil para US$ 102,7 mil. O crescimento acumulado desde o início de 2024 ultrapassa 130%, impulsionado por fatores como:
- Demissão de Gary Gensler, ex-presidente da SEC, visto como opositor do mercado cripto.
- Possibilidade de criação de um ministério de criptomoedas ou até mesmo uma reserva estratégica de bitcoins nos EUA.
- Otimismo dos investidores diante de uma postura regulatória mais favorável, reforçada pela nomeação de Atkins.
Impactos no mercado financeiro
A alta histórica do bitcoin atraiu ainda mais atenção para o mercado de criptomoedas. Empresas como MicroStrategy e Coinbase registraram valorização expressiva após as eleições americanas.
Até mesmo moedas digitais como o dogecoin, que começou como uma brincadeira, se beneficiaram da onda otimista. A escolha de Elon Musk para liderar a “Comissão de Eficiência Governamental” (cujo acrônimo é “Doge”) reforçou ainda mais o entusiasmo.
O que esperar do futuro das criptomoedas?
Especialistas acreditam que Trump pode ser o presidente que impulsionará a generalização das criptomoedas nos EUA, permitindo, por exemplo, seu uso no pagamento de impostos.
Além disso, a adoção de medidas regulatórias mais claras e favoráveis pode reduzir as barreiras para novos investidores, fortalecer a confiança no setor e estimular o desenvolvimento de tecnologias relacionadas, como a blockchain.
A história do bitcoin: conquistas e desafios
Criado em 2008 por um desenvolvedor anônimo conhecido como Satoshi Nakamoto, o bitcoin foi projetado para ser uma moeda descentralizada, livre do controle de instituições financeiras.
Embora tenha ganhado respeitabilidade nos últimos anos, o bitcoin ainda enfrenta desafios, como sua associação com:
- Lavagem de dinheiro: É frequentemente utilizado em transações ilegais.
- Ataques cibernéticos: É a moeda preferida de hackers.
- Volatilidade: Os preços das criptomoedas são altamente instáveis.
A marca histórica de US$ 100 mil é um divisor de águas para o bitcoin, consolidando sua posição como líder no mercado de criptomoedas. O apoio de Trump e as mudanças no cenário regulatório americano têm potencial para transformar ainda mais o setor, promovendo sua integração na economia global.
Com uma base cada vez maior de investidores e uma postura governamental mais favorável, o futuro das criptomoedas parece promissor, mas exige atenção para os desafios de segurança e regulamentação.