O preço do ouro ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 3.000 a onça, impulsionado por uma onda de compras de bancos centrais, fragilidade econômica mundial e as tentativas do presidente Donald Trump de reescrever as regras do comércio global com tarifas a aliados e rivais estratégicos.
O ouro em barras subiu 0,4% na sexta-feira (14) e alcançou US$ 3.001,20 a onça. Esse movimento reforça o papel centenário do ouro como reserva de valor em tempos turbulentos e como um indicador de medo nos mercados.
Nos últimos 25 anos, o preço do ouro aumentou 10 vezes, superando até mesmo o S&P 500, a referência para ações dos EUA, que quadruplicou no mesmo período. Além disso, o preço do ouro nos EUA subiu acima de outros benchmarks internacionais, levando os negociantes a apressar o envio de ouro para a América em grandes volumes antes que as taxas entrassem em vigor.
Mais de 23 milhões de onças de ouro, no valor de cerca de US$ 70 bilhões, fluíram para os depósitos da bolsa de futuros Comex de Nova York entre o dia da eleição e 12 de março. O influxo foi tão vasto que ajudou a levar o déficit comercial dos EUA a um recorde em janeiro.
Os saltos no preço do ouro normalmente acompanham o estresse econômico e político mais amplo. O metal ultrapassou a marca de US$ 1.000 a onça após a crise financeira e passou de US$ 2.000 durante a pandemia de Covid-19.