Durante as férias de fim de ano, muitos argentinos viajaram para o Brasil e outras partes do mundo, onde gastaram muito dinheiro em compras, acreditando que os preços eram baixos.
No entanto, isso é surpreendente, considerando que a Argentina enfrenta uma alta taxa de inflação de 85% em janeiro e uma redução do PIB de 1,8% no ano passado, além de aumento do desemprego e da pobreza.
Mas o que está acontecendo é que os argentinos estão ganhando mais em dólares. Os salários no país aumentam todo mês para acompanhar a inflação, o que não é necessariamente uma boa notícia. Em uma economia com hiperinflação, é comum que o valor do dólar aumente rapidamente, reduzindo o poder de compra em moeda forte.
No entanto, na Argentina, o valor do dólar “blue” (do mercado paralelo) parou de subir, com uma alta acumulada de apenas 3% em 2024. Enquanto isso, a massa salarial cresceu 145%. Isso significa que o poder de compra dos argentinos em dólares mais do que dobrou.
Portanto, quando os argentinos viajam para o exterior, eles se surpreendem com a percepção de que tudo está pela metade do preço. E, de fato, está mesmo. Embora a vida dentro da Argentina continue a mesma, devido à inflação alta, os argentinos estão se beneficiando do aumento do poder de compra no exterior.