O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) está exigindo que o Google venda o navegador Chrome, em uma tentativa de limitar o monopólio da gigante de tecnologia no mercado de buscas online. A proposta também inclui a proibição de criação de novos navegadores pelo Google durante os próximos cinco anos e o fim de contratos com empresas como Apple e Samsung, que mantêm o Google como mecanismo de busca padrão em seus dispositivos.
Essas medidas seguem uma decisão judicial de agosto, na qual o juiz federal Amit Mehta declarou que o Google mantém um monopólio ilegal no setor de buscas. O objetivo, segundo o DOJ, é “restaurar a concorrência nos mercados de pesquisa geral e publicidade de texto de pesquisa”. Atualmente, o Google detém cerca de 90% das pesquisas online em todo o mundo, de acordo com dados da Statcounter.
Reação do Google às Propostas
O presidente de assuntos globais e diretor jurídico do Google, Kent Walker, classificou as propostas do DOJ como “uma agenda intervencionista radical”. Segundo Walker, as medidas prejudicariam consumidores e a liderança tecnológica dos Estados Unidos:
“A proposta extremamente ampla do DOJ vai muito além da decisão do Tribunal. Isso quebraria uma série de produtos do Google que as pessoas utilizam e consideram indispensáveis em suas vidas cotidianas.”
Além disso, o DOJ sugeriu que editores e criadores de conteúdo possam impedir o uso de seus dados no treinamento de modelos de inteligência artificial do Google. Outra medida inclui a supervisão do sistema operacional Android, para evitar que a empresa favoreça seus próprios serviços e anúncios em detrimento da concorrência.
Um Caso de Longa Data
O processo contra o Google teve início no final do primeiro governo de Donald Trump. Com o retorno do ex-presidente à Casa Branca em janeiro de 2025, especialistas acreditam que a abordagem ao caso não deve mudar, já que a ação teve o apoio inicial de sua administração.
O Google tem até 20 de dezembro de 2024 para apresentar uma resposta formal ao DOJ e propor soluções alternativas. O juiz Amit Mehta deve tomar uma decisão definitiva sobre as medidas em 2025.
Como visto em 9to5Google, BBC, The Guardian e Engadget.