Analistas projetam resultados operacionais mais fracos para a Petrobras (BVMF) neste trimestre, influenciados pela queda nos preços do petróleo e na produção anual da companhia. No entanto, o consenso é de que o resultado líquido pode apresentar recuperação após o prejuízo reportado no segundo trimestre, com a volta ao lucro sequencialmente. Embora o setor de petróleo e gás enfrente desafios, investidores da Petrobras estão atentos ao possível pagamento de dividendos, com projeções que podem ultrapassar US$ 2 bilhões, além das expectativas de um dividendo extraordinário.

O aguardado balanço será divulgado nesta quinta-feira, 7 de novembro, após o fechamento do mercado.

Com o petróleo Brent cotado em torno de US$ 80 por barril, representando uma queda de 6% no trimestre e 7% no ano, e o dólar negociado em média a R$ 5,54 (alta de 6% no trimestre), o cenário não é dos mais favoráveis, segundo análise do Bank of America (NYSE).

O Itaú BBA projeta uma queda no Ebitda, impactado pelo desempenho operacional e pela baixa no preço do petróleo. Apesar disso, o fluxo de caixa operacional estimado é de cerca de US$ 9 bilhões para o trimestre, enquanto o capex deve somar US$ 3,4 bilhões, em linha com o histórico e o guidance anual da companhia.

O banco BTG (BVMF) também aponta para um trimestre ligeiramente inferior, mas destaca que o foco dos investidores recairá sobre o novo plano estratégico da Petrobras, a ser divulgado em breve. Embora os preços do Brent ainda apresentem um impacto, a produção estável e as vendas acima do esperado podem compensar o cenário de baixa.

Dividendo em Foco

Em meio ao cenário macroeconômico desafiador, a Petrobras deve anunciar um pagamento de dividendos ordinários que pode ultrapassar US$ 2 bilhões, conforme expectativas de analistas.

O Goldman Sachs (NYSE) projeta uma remuneração ordinária aos acionistas de cerca de US$ 2,2 bilhões, o que representa um rendimento de aproximadamente 2,5%. O banco também não descarta a possibilidade de um dividendo extraordinário, que pode ser anunciado com os resultados trimestrais ou com a divulgação do próximo plano estratégico.

O BTG acompanha essa projeção, estimando um pagamento ordinário de US$ 2,1 bilhões, e acredita que os dividendos extras, juntamente com o novo plano estratégico de cinco anos, podem ser os principais gatilhos para a valorização das ações.

Magda Chambriard, CEO da Petrobras, afirmou que a estatal cumprirá a regra de distribuição de 45% do lucro líquido aos acionistas, mas minimizou expectativas quanto aos dividendos extraordinários, acrescentando que “não faz sentido acumular recursos em excesso”.

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