Trabalhadores por aplicativos rejeitam proposta de remuneração mínima apresentada pelas empresas
Entidades representantes dos trabalhadores por aplicativos rejeitaram a proposta de remuneração mínima apresentada pelas empresas em reunião de negociação com o Ministério do Trabalho e Emprego, na segunda-feira. Mais de cem dias após a instalação do grupo de trabalho que debate o tema, a expectativa era de que seriam votadas medidas concretas pelos membros do grupo formado por representantes de empresas, trabalhadores e governo, mas não houve acordo.
A proposta apresentada pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) consistia em estabelecer um piso de R$ 15,60 por hora para o transporte de passageiros e, no delivery, os trabalhadores receberiam R$ 10,86 (carros), R$ 10,20 (motos) e R$ 6,54 (bicicletas), o que não agradou as lideranças de motoristas e entregadores. Leandro Cruz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores com Aplicativos de Transportes Terrestres do Estado de São Paulo, classificou a proposta como “inaceitável”. Ele explicou que o valor de R$ 15,60 é inferior ao que as principais plataformas já praticam hoje em dia.
De acordo com a proposta, o pagamento do piso seria calculado considerando o período efetivamente trabalhado, compreendido pelo tempo de deslocamento desde o aceite do pedido pelo entregador, até a finalização da entrega. Ou seja, não são considerados os tempos de inatividade, como o tempo de espera entre um delivery e outro.