A inflação se tornou parte da identidade argentina nos últimos anos, com uma alta acumulada de 256% nos últimos 12 meses. Para proteger seu dinheiro da desvalorização do peso, os argentinos há décadas buscam maneiras de preservá-lo. Historicamente, eles recorrem a estabelecimentos no mercado paralelo, chamados “cuevas” ou “arbolitos”, para comprar dólares.
Essas alternativas não são sem riscos, pois os clientes frequentemente são enganados. As trocas de dinheiro não autorizadas e inseguras podem converter pesos em dólares americanos a taxas que chegam a ser o dobro do câmbio oficial. Além disso, há o risco de roubo ou recebimento de moeda falsa.
Recentemente, uma nova maneira de obter dólares ganhou popularidade: as criptomoedas. A adoção de criptomoedas na Argentina é uma das mais altas, em percentual da população, de qualquer país do ocidente. Segundo um estudo, os 2,5 milhões de argentinos estão entre os 130 milhões de usuários das 55 maiores exchanges de criptomoedas do mundo. Além disso, o país lidera a América Latina em volume bruto de transações de criptomoedas, totalizando cerca de US$ 85,4 bilhões até julho de 2023.
A adoção de criptomoedas traz seus riscos, pois é um mercado volátil e não regulamentado.