O Itaú (ITUB4) abriu uma ação judicial contra seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel Lopes, em 6 de dezembro, na Justiça de São Paulo. O banco acusa o executivo de envolvimento em irregularidades relacionadas ao pagamento de pareceres contratados pela instituição, totalizando mais de R$ 4,86 milhões em transações supostamente irregulares realizadas entre 2019 e 2024.
O caso também inclui Eliseu Martins, figura renomada na contabilidade brasileira e ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de empresas relacionadas a ambos os envolvidos.
Entenda a acusação do Itaú contra Broedel
De acordo com o Itaú, Broedel teria utilizado sua posição no banco para contratar pareceres de uma consultoria na qual ele mesmo era sócio, configurando um claro conflito de interesse. A investigação interna revelou:
- 56 transferências bancárias realizadas entre empresas vinculadas a Broedel e Eliseu Martins.
- Um total de R$ 4,86 milhões pagos de forma irregular.
O banco afirma que, embora essas transações não tenham impactado suas demonstrações financeiras, elas comprometem a integridade dos processos internos.
Quem é Alexsandro Broedel?
Alexsandro Broedel foi diretor financeiro do Itaú (ITUB4) por 12 anos, deixando o cargo em julho de 2024 para assumir uma posição no Santander, na Espanha. Ele também é professor da FEA/USP e ex-diretor da CVM.
Após sua saída do Itaú, Broedel passou por um período de quarentena, mas foi oficialmente desligado em setembro de 2024, quando as investigações internas ganharam força, culminando na ação judicial movida pelo banco.
O envolvimento de Eliseu Martins
Eliseu Martins, ex-diretor da CVM e referência em contabilidade no Brasil, é citado na ação judicial como sócio de Broedel em empresas como:
- Care Consultores
- Evam Consultores
- Broedel Consultores
O Itaú aponta que essas empresas foram usadas para intermediar os pagamentos supostamente irregulares. Eliseu Martins, junto com seus filhos Eric e Vinicius, esteve à frente dessas operações, segundo a acusação.
O que dizem os envolvidos?
Até o momento, Alexsandro Broedel e Eliseu Martins não se pronunciaram publicamente sobre as acusações.
O Itaú reforça que o caso não teve impacto financeiro direto na instituição, mas que as medidas legais são necessárias para preservar a transparência e a ética nos processos internos.
A ação judicial do Itaú contra Alexsandro Broedel e Eliseu Martins lança luz sobre questões de conflito de interesse e integridade corporativa. O caso é mais um exemplo de como grandes instituições financeiras lidam com possíveis irregularidades internas, protegendo sua governança e reputação.
O desfecho desse processo será acompanhado de perto, dada a relevância dos nomes envolvidos e o impacto para o setor financeiro.