A Faria Lima nunca foi a maior fã do presidente Lula não é exatamente uma novidade. No entanto, o ano de 2024 começou com um relativo otimismo com o Brasil. No primeiro trimestre, a sensação no mercado era de “agora vai”, de que o Ibovespa finalmente sairia do limbo e que a taxa Selic continuaria a cair até o patamar de um dígito.

Mas tudo começou a degringolar a partir de abril. O mercado passou a precificar mais altas de juros no Brasil, e a situação fiscal foi se tornando uma sirene de alerta cada vez mais alta. Em dezembro, a sensação é de extremo pessimismo com a bolsa brasileira, motivado pela decepção com o pacote de cortes de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim de novembro.

Os gestores de fundos multimercados, que alocam em diferentes classes de ativos, já “dão a letra”: a expectativa para frente é de alta na inflação, desvalorização do real e cenário fiscal difícil. Mas isso quer dizer que o mercado está de má vontade com Lula, no clima do “quanto pior, melhor”?

De maneira geral, parece que não. A expectativa dos gestores de fundos multimercados é de que as condições econômicas no Brasil piorarão, mas isso não necessariamente significa que o mercado esteja contra o presidente Lula.