O dólar experimentou um movimento agitado na sexta-feira (13). Durante a manhã, a moeda americana subiu 1,13% e atingiu um máximo de R$ 6,077. Entretanto, o Banco Central realizou um leilão surpresa de dólares e vendeu US$ 845 milhões, fazendo a taxa de câmbio recuar para R$ 6,008, um aumento modesto de 0,19%. No entanto, o dólar voltou a subir no fim da tarde e fechou cerca de R$ 6,05, com uma alta de quase 1% em relação à quinta-feira (12).
O comportamento da taxa de câmbio expõe a incredulidade do mercado em relação ao ajuste das contas públicas. Apesar das promessas de aprovação do pacote de cortes de gastos no Congresso antes do recesso, o mercado não parece convencido. A desconfiança não é gratuita, pois as medidas de ajuste foram consideradas insuficientes quando anunciadas e agora enfrentam riscos de desidratação durante a tramitação no Parlamento.
Na ausência de notícias positivas sobre o ajuste fiscal, o mercado seguirá considerando expectativas ruins para a inflação, os juros, a atividade econômica e as contas do governo. Isso porque as ações do governo parecem insuficientes para impulsionar o crescimento econômico e conter a inflação. Como consequência, o mercado não confia nas promessas do governo e mantém a expectativa de problemas futuros.