Os fundos soberanos podem ajudar nas finanças do clima? Os fundos soberanos de riqueza não são instrumentos novos na arena internacional. Em sua maioria, eles têm recursos advindos de superávits comerciais de países exportadores de matérias-primas, mas não apenas, como é o caso dos fundos não-commodities da China e de Cingapura.

No Brasil, desde 2017, alguns Estados e municípios começaram a gerir recursos de royalties e participações especiais relacionadas à produção de petróleo, gás e minério de ferro de forma inovadora. Hoje, existem oito iniciativas no país, totalizando cerca de R$ 7 bilhões em ativos. Eles são: Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses), Fundo Soberano do Rio de Janeiro (Funserj), Fundo de Equalização da Receita de Niterói (FER), Fundo Soberano de Maricá (FSM), Fundo Soberano de Ilhabela, Fundo Soberano de Conceição do Mato Dentro, Fundo Soberano de Congonhas e Fundo Soberano de Itabira.

Os objetivos de longo prazo desses fundos extrapolam mandatos políticos, mostrando o compromisso dos gestores com as gerações futuras, além da possibilidade de dividendos eleitorais. Como desafios em comum, podem ser citados a construção de modelos de governança adequados, normas e procedimentos.