A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa referencial Selic em 1,00 ponto percentual não foi uma surpresa para o mercado. A maioria das opções de Copom negociadas na B3 indicava essa possibilidade. Contudo, o que surpreendeu os profissionais do mercado foi a volta do “forward guidance”, ou seja, uma indicação do que o Comitê deve fazer nas próximas reuniões. Ficou claro que, se o cenário não mudar, o Copom já “contratou” mais duas altas de juros de 1,00 ponto percentual nas reuniões agendadas para janeiro e março de 2025.
O comunicado divulgado após a reunião destaca que a economia brasileira segue apresentando dinamismo, com destaque para a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que indicou abertura adicional do hiato. O hiato é um indicador econômico que calcula a diferença entre o PIB potencial e o PIB corrente de uma economia. Quando o hiato é negativo, há folga na economia, e quando é positivo, a economia está produzindo acima de sua capacidade, o que pode causar escassez.
A estratégia do Copom busca controlar a inflação e manter a estabilidade econômica. A elevação da taxa Selic torna mais caro o crédito para gastadores e investidores, o que pode ajudar a reduzir a velocidade de crescimento da economia e a contenção da inflação. Além disso, a decisão do Copom pode influenciar a expectativa dos investidores sobre a valorização do dólar e a movimentação dos preços das mercadorias.