Na última quinta-feira, o dólar norte-americano atingiu seu maior valor em quase dois anos, encerrando o dia cotado a R$ 5,46, uma alta de 0,38%. Essa valorização surpreendente ocorreu mesmo após um início de negociações que sugeria uma queda de 1%, em resposta à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na noite anterior.
A cotação de fechamento da quinta-feira passada marcou o nível mais alto desde 22 de julho de 2022, quando o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,49. O movimento de alta do dólar reflete tanto o fortalecimento da moeda norte-americana no cenário internacional quanto a reação dos investidores às recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central.
O fortalecimento do dólar no mercado internacional tem sido impulsionado por uma série de fatores. Entre eles, destaca-se a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, continue a adotar uma política monetária mais restritiva para combater a inflação persistente. Essa expectativa tem levado a uma maior demanda por dólares, considerada uma moeda de refúgio em tempos de incerteza econômica.
No Brasil, a reação dos investidores à decisão do Copom de manter a taxa Selic inalterada também teve um papel crucial. O Copom decidiu interromper o ciclo de cortes na taxa de juros, o que foi interpretado por alguns analistas como um sinal de cautela diante das pressões inflacionárias internas e das incertezas no cenário econômico global.