EXILE ON WALL STREET

Olhando para os ativos brasileiros hoje, não há como precisar se teremos a continuidade do momento negativo por mais 18 meses ou se entraremos num ciclo mais positivo.

A provocação “então, você acha que desta vez é diferente?” é usual em conversas entre financistas quando se propõem ideias inovadoras ou alterações em padrões históricos. Ela soa como um atestado de inteligência de quem pergunta e de ingenuidade de seu interlocutor, como se a sugestão de distinção daquele momento revelasse falta de conhecimento histórico. Se você acha que desta vez é diferente, apenas não estudou o suficiente. Não haveria muito espaço para originalidade alguma. Os padrões se repetiriam ao longo do tempo, bem como os ciclos de mercado, a euforia e a depressão, as bolhas e seus subsequentes estouros.

A ideia acaba sintetizada no jargão “as quatro palavras mais perigosas do mercado financeiro são ‘desta vez é diferente'”. Não sou propriamente simpático à expressão. Sob sua tutela, bloqueamos qualquer espaço para mudanças, inovações, superação de problemas históricos. Mesmo um conservador entende que, em certos momentos, precisamos mudar, ainda que seja para permanecermos os mesmos ou evitarmos o pior. A verdade é que, na maior parte do tempo, os padrões de fato se repet.