Desde que o pacote de contenção de gastos do governo foi anunciado e mal recebido pelo mercado, o câmbio brasileiro vem passando por um forte movimento de depreciação. A moeda americana, que já estava na casa dos R$ 5,7 com a cautela antes do anúncio, chegou a encostar na casa dos R$ 6,10. A depreciação do Real pode ir ainda mais longe se o Banco Central perde o seu poder de controlar as expectativas de inflação por meio da política monetária.
Isso é o que chamam de “dominância fiscal”, quando apertos monetários, com juros cada vez mais altos, acabam encarando ainda mais a dívida pública, levando a um efeito nulo da atuação do Banco Central. Em relatório, o banco americano aponta que o real tem “espaço para ficar ainda mais barato”. Além disso, os analistas apontam que o câmbio tem falhado em responder aos aumentos da taxa Selic.
De acordo com o banco, o cenário é surpreendente, pois sua perspectiva para 2025 previa menores riscos de compromisso fiscal para o segundo semestre do ano. No entanto, um menor compromisso fiscal agora é uma surpresa para a instituição financeira.