Os valores praticados no mercado de carbono nos últimos anos têm apresentado volatilidade notória. A valorização significativa observada no período de 2020-2021 foi seguida por uma queda, impulsionada pelo impacto da guerra na Ucrânia e por questões emergentes sobre a integridade dos créditos de carbono como mecanismo para a redução das emissões. Um estudo recente publicado estimou que 87% dos créditos adquiridos entre 2020 e 2023 foram considerados de alto risco, de acordo com critérios de avaliação. Esse comportamento sugere que, apesar das críticas e preocupações sobre a integridade, o preço ainda é um fator-chave nas decisões de compra. Mas será que é possível determinar, a partir do período de transição e das diversas mudanças no mercado, qual é o perfil dos compradores?

O mercado voluntário de carbono é pequeno, com 180 milhões de toneladas de CO2 equivalente negociadas em 2023, ou cerca de 0,2% das emissões totais das companhias. Apesar de ter apresentado um crescimento significativo nos últimos anos, o mercado ainda enfrenta desafios para impulsionar a demanda e a necessidade de integridade nos créditos de carbono. Devido às mudanças no padrão de exigência por integridade, grande parte do estoque disponível não atende à necessidade atual, o que leva a um excesso de créditos de baixa liquidez.

Ao mesmo tempo, apenas cerca de 7% dos projetos atuais são considerados de alta qualidade, o que dificulta a determinação do perfil dos compradores. No entanto, é preciso entender melhor o mercado para identificar oportunidades e soluções para se adaptar às mudanças e melhorar a integridade dos créditos de carbono.