As moedas latino-americanas voltam a atrair investidores menos avessos à alta volatilidade. O real brasileiro, o peso mexicano e o peso colombiano estão na mira dos operadores de câmbio de novo após terem sido castigados nos últimos 30 dias em virtude de uma disparada dos yields nos EUA que abalou os ativos de mercados emergentes.
O peso colombiano, que sofreu depreciação de mais de 5%, parece novamente favorável ao carry trade devido à possibilidade de preços mais elevados do petróleo por conta do conflito no Oriente Médio, combinada com altos rendimentos implícitos nos contratos a termo. Além disso, o peso mexicano e o real, que se enfraqueceram mais de 2%, também ressurgem como opções atrativas devido à liquidez elevada e atividade doméstica robusta.
Segundo especialistas, o cenário favorável para investimentos em moedas latino-americanas tem a ver com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) tenha alcançado o fim do ciclo de aperto de juros. Benito Berber, economista-chefe para as Américas da Natixis, explica que não há perspectiva de mais altas nos juros e que o FED não aumentará a taxa de juros em novembro.
Muitos especialistas recomendam investimentos em moedas latino-americanas, destacando as oportunidades de arrecadação de renda com as diferenças de juros entre essas economias e os EUA. O peso mexicano é considerado atraente em comparação com pares regionais, e o real brasileiro é visto como uma opção de investimento com riscos mais elevados devido aos problemas fiscais do Brasil.