O Santander revisou suas projeções para a economia brasileira, aumentando as expectativas de inflação e taxa de juros (Selic) para os próximos anos. O banco prevê que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechará 2024 em 4,8%, acima do teto da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Para 2025, a estimativa subiu de 3,9% para 4,3%, e para 2026, foi mantida em 4,2%.
Esses aumentos nas estimativas refletem fatores como a alta nos preços das proteínas, a desvalorização do real e a estiagem prolongada, que influenciaram os custos de alimentos e energia. Segundo a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, os impactos de choques climáticos e cambiais têm pressionado a inflação, enquanto o desemprego deve se manter em níveis baixos, com taxas de 6,3% em 2024 e 6,8% em 2025.
Já para a taxa Selic, o Santander projeta um pico de 13% em 2025, com o ciclo se altas se estendendo até maio de 2025. A taxa de juros deve encerrar 2025 em 12%, acima da estimativa anterior de 10,50%. Além disso, os analistas entendem que a condução da política monetária do Banco Central será influenciada pela política fiscal e pelo desafio de ancorar as expectativas inflacionárias.