Documentos publicados pela Science Based Targets initiative (SBTi) contribuíram para o clima de incerteza sobre o mercado voluntário de créditos de carbono. A entidade, que atua como juíza do que pode constar nas estratégias de descarbonização das empresas, confirmou que ainda avalia se aceitará ou não os créditos de carbono como parte dos planos.
Uma revisão de trabalhos científicos conduzida pela SBTI indicou que os créditos de carbono são, na maior parte das vezes, ineficazes em seu objetivo de mitigar os gases de efeito estufa. A entidade anunciou que apenas no fim de 2025 decidirá se os créditos de carbono poderão ser usados como complemento aos cortes de emissões de gases de efeito estufa pelas empresas.
A decisão final pode ter um grande impacto no mercado voluntário, que atualmente veta o uso de créditos de carbono na concessão de selos. Um OK da SBTI criaria uma alta demanda, pois mais de 4000 companhias já tiveram suas metas de descarbonização aprovadas pela entidade e milhares de outras aguardam a avaliação de seus planos.
Caso o uso das compensações não obtenha o aval da SBTI, não será o fim do mercado voluntário, pois as empresas podem comprar créditos mesmo sem estar sujeitas a obrigações legais.